Talvez vocês não saibam – e provavelmente não se importam – mas o meu nome é Leila. Leila é árabe, e significa “negra como a noite” ou apenas “noite”.
Por algum motivo, hoje parei para pensar nisso.
O que eu tenho a ver com a noite?
Acho que a principal característica da noite, assim que você para pra pensar nela, é a escuridão. De dia, o sol ilumina e tudo está “claro”. À noite, ele some, aparecendo do outro lado do mundo e nos deixando com alguns substitutos, estrelas e muitas vezes a lua.
Mas isso nem sempre é ruim.
A noite não é aquilo que você pode perceber olhando. Você nunca vai conseguir sobreviver na noite com seus olhos. Não; você precisa sentir, ouvir, entender. Os barulhos que os grilos fazem... A brisa mais suave... Nada disso você vê. Mas quando sente, ouve, tudo se torna claro, e tão confortável...
De dia, apenas o sol se responsabiliza por iluminar. A completa visão de tudo. Um único astro, brilhando e perfeitamente visível.
A noite não tem astros tão visíveis. Mas ela tem muitos astros. Eles, sozinhos, não são nada – são uma estrela, parada e quieta – mas juntos, formam um belo céu.
Um céu que ilumina quando você se acostuma. Um céu que, mesmo te permitindo enxergar um pouco, te leva a perceber as sensações e os sentimentos. É mais interior, mais difícil de entender, precisa de mais cuidado e precisa de mais atenção.
Talvez a noite, no fundo, não seja reparada, por não ter a luz do “sol”. Mas o seu trunfo é o de ter várias outras qualidades, estrelas brilhantes na escuridão, e por isso não atrai muita gente.
Mas sabe que, os que atrai, são aqueles que gostam do que sentem.
É, meu nome significa noite. E acho que tem muito a ver comigo.
Eu sou a noite.
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