Um apito. Uma esperança. Um capítulo.
Começou.
A bola rola pelos cantos, passando de pé em pé. A maioria dos atores aparece, alguns ficam de fora. Um tropeço, e imediatamente começa a briga. Qualquer coisa é intriga.
Bolas vão para fora, e logo são substituídas. Tem que ser passadas para que o roteiro aconteça, mas sempre tem um imbecil que a quer só para si. O outro lado, furioso, não hesita em barracos – correndo atrás, tentando roubar, chegando perto.
Um deles se joga no chão, de propósito. Acreditam em sua inocência, logo desmascarada pelas câmeras. Mas agora é tarde: o vermelho do cartão dói mais que o sangue derramado em um jogador que não é culpado. Logo, ele vai embora – expulso, assassinado da partida.
Mais discussões percorrem o campo acaloradas. Os jogadores discutem, brigam, cospem, como verdadeiros barraqueiros de novela. Os técnicos, como os personagens secundários, tentam em vão acalmá-los. A torcida briga também e fica furiosa como se fizesse parte da briga, ou como os telespectadores que nunca desligam a TV a partir das 8.
A cena sai no momento mais crítico, e logo estamos de volta a pequenas participações. Mudanças, roubos e frustrações.
Então, eis que um personagem subitamente leva a bola, passa para uma cena mais à frente e observa enquanto seu colega dribla todas as dificuldades e consegue então colocar a bola dentro do gol. As redes balançam, os torcedores gritam.
Os inimigos ficam mais agressivos. Mais tentativas de empate se seguem. O campo mais parece um cenário de luta. Raiva e desespero.
Então, outro apito. Final do primeiro tempo.
Continuamos no próximo capítulo.
Por que será que os homens gostam disso e falam tão mal das novelas?
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